quinta-feira, 22 de outubro de 2009

III Encontro de Ex-Residentes & Ex- Comensais

Prezados e prezadas resistentes da história, gostaríamos de convidá-los para o III Encontro de Ex- Residentes e Ex-Comensais da UFBA que acontecerá no dia 24/10/2009(Sábado), às 12 horas no Restaurante Universitário localizado no Corredor da Vitória. Este momento será de reencontros, saudades, lembranças e alegrias para ex- residentes e comensais, e de mobilização e resistência para os atuais moradores das casas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O Cinema, a comida e o comer.


O Cinema, a comida e o comer é um projeto de extensão da Escola de Nutrição da UFBA realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação e Cultura – NEPAC que está na 3ª edição. O objetivo é trabalhar com filmes cuja temática central gira em torno da comida e do comer a fim de proporcionar, através da leitura cinematográfica, um debate em torno dos fenômenos da comensalidade no mundo contemporâneo, possibilitando assim uma reflexão sobre a condição humana caminhando entre as fronteiras da ciência e da arte. O projeto tem a curadoria do professor André Setaro (FACOM/UFBA) e é realizado em parceria com a Sala de Arte - Cinema da UFBA. Os debates são estimulados por professores e especialistas da área de cinema.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Residente - O jornal das Residências Universitárias

Enfim circula um jornal das Residências da Universidade Federal da Bahia. Inicialmente de caráter experimental, com propósito de lançar a semente que, se devidamente regada, contribuirá para que a Residência possa contar com mais um meio de comunicação com seu universo interno e também com a comunidade externa. Essa foi a idéia: possibilitar a divulgação de suas atividades, dos eventos realizados, dos textos dos estudantes, das charges, tiras e tudo mais que venha da criatividade dos estudantes.
Consideramos que a veiculação de um jornal fomentará nos estudantes o interesse pela redação de trabalhos, agora possíveis de serem publicados para toda a comunidade, uma vez que passamos anos sem contar com um instrumento tão importante para a difusão de idéias. Aliás, a atual Representação considera esse ponto essencial. A Residência precisa ser esse locus de produção de conhecimento, de socialização da informação, sendo possível sobretudo quando buscamos estratégias para divulgações e o jornal, nesse particular, vem em boa hora.
Quando pensamos em veicular o primeiro número algumas discussões surgiram a respeito do conteúdo a ser impresso. Foi aí que optamos por produções ecléticas, diversificadas, não delimitando um direcionamento restritivo da informação, contemplando a multiplicidade de idéias. Obviamente não podemos pensar em um jornal da Residência sem levar em consideração a dimensão política, as questões que informalmente discutimos em nosso cotidiano de residente, a dinâmica que vivenciamos e os embates que travamos na defesa dos interesses essenciais do universo dos estudantes.
Está lançado o convite. Aguardamos a sua contribuição. Queremos que você se aproprie desse espaço, sugerindo, opinando, criticando e debatendo. Acreditamos que o mais difícil foi feito: circular o primeiro número em meio à inexistência de recursos próprios para o intento, mas, como dissemos inicialmente, a semente foi lançada, tomara que em solo fértil, porque teremos a certeza de que sempre contaremos com um instrumento de divulgação e difusão das nossas ações. Então viva a longevidade do nosso jornal.

domingo, 4 de outubro de 2009

Abertura do Restaurante Universitário Já!

Nos últimos anos, a UFBA tem passado por um processo de transformação que diz respeito tanto a sua estrutura quanto ao seu acesso. Com a implementação das cotas e a abertura de mais vagas via REUNI, o perfil dos estudantes têm mudado, assim como as suas necessidades dentro da Universidade. É preciso, portanto que a Universidade também mude o seu perfil e volte seus olhos para uma preocupação estruturante: a garantia de permanência dessa nova parcela de estudantes que entram na UFBA.
É de conhecimento de quase todos, até mesmo para os recém-chegados à universidade, que o nosso Restaurante Universitário (RU) está pronto há vários anos, mas ainda não funciona. O que muitos não sabem é o porquê. Afinal, o que faz com que a UFBA permaneça na incômoda posição de única universidade federal do país a não possuir um Restaurante Universitário?
Já há algum tempo, a abertura do RU e a sua gestão vem sendo discutida. A partir da concepção de que a gestão do RU deve ser terceirizada, a administração central abre o processo licitatório onde quem ganharia seria a empresa que oferecesse o menor custo. Com as duas primeiras concorrentes tendo sido eliminadas por processos de irregularidade e retirada de participação, a terceira colocada, cobrando um milhão a mais que a segunda, ganha a licitação. Mas como todas e todos sabem a Assistência Estudantil nunca foi uma prioridade para a atual reitoria, que lógico se negou a pagar esse custo a mais, e o processo licitatório está parado na justiça.
Caso a empresa ganhe a causa na justiça, o Restaurante começa a funcionar, porém com alguns problemas. Pois o edital ao qual as empresas concorreram não garante o RU aberto nos fins de semana (essencial para os moradores da residência); o edital foi lançado antes da abertura dos vários cursos noturnos, por isso, também não temos garantias de que ele funcione à noite; além disso o teto do preço cobrado pela refeição é de 7 reais!! Um absurdo não comparado a nenhum RU do Brasil onde a média de preço é em torno de 1,00 ou 2,00 reais.
Se por outro lado, a reitoria ganha a causa, o RU demora ainda mais de abrir, pois um novo processo licitatório terá que ser aberto. Para piorar, a reitoria já disse que só abre nova licitação com o mesmo edital cheio de problemas e lacunas. Diante desse cenário, a administração central diz que lava as mãos e coloca o problema nas costas da justiça, nos deixando numa sinuca de bico.
Ora, mas enquanto nos tapetes de veludo eles esperam, o estudante passa fome na Universidade? Não! É preciso agir! Somente com organização e mobilização vamos conseguir interferir nesse problema que apesar de parecer apenas burocrático, é também político, um problema de concepção de universidade por parte da administração central, que acha que o problema de não ter o que comer é do estudante. Dizemos que não. O problema é de toda a universidade, por isso é de responsabilidade da reitoria.
Se a reitoria tem força política, e se vangloria por isso, para abrir mais e mais vagas a cada ano, devemos dizer para ela que a mesma força deve ser empregada para implantar uma política de permanência que garanta que esses milhares de novos estudantes que agora entram na UFBA tenham condições de concluir o seu curso nas mesmas condições que aqueles com melhores condições financeiras. Ou se garante a permanência, ou a expansão de vagas não será em nada democrática, pois a UFBA continuará sendo a mesma universidade estratificada, elitista e racista.
Diante dessa situação, os CAs e DAs, representação dos residentes e o DCE-UFBA organizam o Fórum de Assistência Estudantil para discutir e nos organizar. Esse é um espaço importantíssimo de organização para intervirmos de forma eficiente nos rumos que a Universidade vem tomando. Através desse Fórum foi possível organizar um grande calendário de mobilização que começa na segunda-feira, dia 05 de Outubro, onde realizaremos um grande ato de mobilização: o Sopão Popular!, em frente ao PAF 3, às 18h. É fundamental a presença de todas e todos nesse grande ato que vai mostrar a força do movimento estudantil que luta por uma Universidade Democrática e Popular!

UNE, UEB, DCE, REPRESENTAÇÃO DAS RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS DA UFBA, ACEB.








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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Comissão apura denúncia na UFBA


A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública visita, na terça-feira da próxima semana, às 15 horas, a Residência Universitária no bairro da Vitória e a unidade de Ondina. O propósito dos deputados é verificar in loco denúncia de estudantes quanto à precariedade das instalações da residência e restaurante estudantis, além da reivindicação de que seja aberto o restaurante que serve aos universitários em Ondina. A visita foi definida ontem, em audiência pública da comissão, que incluiu este como um dos pontos da pauta de análise do colegiado, que contou com a presença de universitários. A comissão deverá buscar entendimento com as lideranças partidárias na Assembleia Legislativa para que, em plenário, seja justificada a ausência dos parlamentares que estarão com os estudantes ­ esta é uma forma de reforçar a atenção sobre o assunto, acha o petista Yulo Oiticica. Caso a pauta dos trabalhos da Casa (habitualmente composta por votação de projetos) não permita a visita no dia 6 de outubro, a ação dos deputados passará para a quarta-feira, mas, de qualquer maneira, a vistoria será realizada. Pela denúncia dos estudantes, a Residência Universitária da Vitória está com teto em decadência e o restaurante fechado por falta de alimentos. PRESSÃO Na opinião dos deputados petistas presentes à audiência pública ­ Yulo Oiticica e Bira Corôa ­ esta é uma situação esdrúxula, que precisa ser resolvida. "Há uma boa estrutura montada neste restaurante desde 2006. Se ela não funciona por falta de arroz e feijão, não é problema dos estudantes", enfatizou Oiticica, segundo o qual a licitação para fornecimento de matéria-prima deve ser realizada já. Opinião semelhante revelou o deputado Bira Corôa, lembrando que a reivindicação por um bom restaurante "é luta histórica" dos universitários, adiantando que, pelo que vem acompanhando do problema, "não há verba orçamentária" para a licitação. "Tem que haver pressão política dos estudantes junto com os apoios possíveis" de serem conquistados para que os equipamentos da Ufba sirvam aos discentes "com um mínimo de qualidade". O presidente da comissão, o comunista Álvaro Gomes, designou Yulo Oiticica como responsável pela elaboração do relatório final da vistoria que acontece semana que vem. A partir de então, disse, "tentaremos uma solução junto ao reitor Naomar de Almeida, que vem sendo sensível a estas questões, e ao governo federal". A análise deste assunto pela comissão foi considerada pelo presidente como "muito pertinente, uma vez que direitos humanos significa lazer, alimentação, educação, cidadania. Portanto, sua abrangência vai muito além de apenas segurança pública". Deputados vão visitar residências e restaurante para averiguar reclamação dos estudantes.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MANIFESTO "UM SENTIMENTO DE LUTA & PRAZER"

MANIFESTO UM SENTIMENTO DE LUTA &PRAZER


RU UM CORREDOR DA VITÓRIA!



Muito bacana a iniciativa dessa galera residente, em resgatar e transformar um recente passado muito brilhante na nossa formação política, ideológica, social e conseqüentemente cultural, quando transformamos um espaço de moradia e restaurante estudantil coletivo e publico, num espaço de luta pela sobrevivência com dignidade, sem admitir relações autoritárias, e pseudo moralizadora e/ou dádiva da caridade estatal.

No Corredor da Vitória e no bairro do Canela, os estudantes e as estudantes, considerados(as) “carentes” financeiramente, entenderam que a gente não queria somente, comida, a gente queria liberdade e consciência critica.

Com essa determinação criamos a União Livre de Residentes e Comensais – ULRC, entidade considerada pelo reacionarismo de direita e esquerda stalinista, de bagunceiros e pejorativamente de anarquista, anarquista na essência política e filosófica sim, até que aceitávamos com muito orgulho.

Sonhávamos com as revoluções políticas, embora, já com desconfiança de que havia algumas incoerências nas praticas de algumas lideranças políticas que prometiam a igualdade através da ditadura do “proletariado”.

Alias, a história política do Leste Europeu, com os regimes e governos ditos socialistas liderados por modelos de gestão com sistemas de controles dos centralismos burrocraticos, anunciavam a falência desse utópico sonho de sociedade socialista com liberdade, ou a perspectiva da revolução permanente.

“A ULRC passou a ser uma ameaça para os grupos e organizações estudantis tradicionais, aparelhadas pelas antigas e legitimas organizações “?comunistas?”, a exemplo dos diretórios estudantis – DCE – UNE, e etc., onde a bulas doutrinarias dessas organizações não admitiam formas de organizações com estruturas e gestão descentralizada e/ou colegiada, desatrelada do centralismo doutrinário clássico e dogmático, reproduzido da forma de organização autoritária. Reich e outros jovens revolucionários foram penalizados quando questionaram as teses das internacionais ¿comunistas?.

No espaço do Restaurante Universitário e Residência nº01, implementamos um verdadeiro Centro Cultural onde aconteceram varias atividades problematizadoras sobre as diferentes ideologias com temas sobre a relação do comportamento desbundante com a conquista democrática, rompendo com o falso moralismo burguês.

Algumas vezes fizemos refeições envolvidos diretamente com performance de teatro como aconteceu com o teatro oficina liderado pelo vanguardista Zé Celso Martins e sua antropofágica animação corporal, alem de Tom Zé, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Zelito Miranda, Diana Pequeno, até mesmo Gilberto Gil comendo o nosso caruru, e Caetano Veloso que passeou de escuna na praia do batizado balneário XANGRI-LÁ, rendendo solidariedade contra os ataques que a imprensa carlista fazia no jornaleco Correio, anunciando que nossa praia “privada” era um espaço de orgia, repertorio que criava a justificativa para fechar o restaurante e a residência, dessa maneira, desativava um espaço que incomodava o regime ditatorial, ao mesmo tempo, atendendo à especulação imobiliária com a estratégia de investimentos dos gigantes edifícios para abastados ricos contemplarem o belo visual da Baia de Todos os Santos e Orixás.

É triste observar esses espaços abandonados com o propósito de desativá-los, abrigando a estudantada em outro ambiente novo, moderno, próximo ao campus, mais pratico de moldar confortavelmente essa juventude ao espírito e convertimento da sociedade consumista e eminentemente conservadora, iluminando o liberalismo daqueles que acumulam e concentra mais capital e poder.

A instituição universitária vai arrecadar mais grana nos leilões do jogo imobiliário, entregando esse nobre espaço para edificar mais um espigão ou torre de moradia, verticalizando a ignorância e prepotência da nossa elite.

Será que não temos chance de manter aquele espaço como um Centro Cultural com memorial das lutas pelas liberdades democráticas?

Precisamos contar a historia de vida de muitos anônimos universitários que abrigados nesse aposento conseguiram na condição de filhos e filhas de gentes humildes operários(as), camponeses(as), órfãos e filhos e filhas de pessoas que tinham suas subsistências nos trabalhos penosos e informais, se formarem, e muitas pessoas até ocuparem destacadas posições de lideranças políticas, empresariais, e outras funções relevantes na sociedade tão dessemelhante e desigual.

Será que nossos dirigentes universitários, parlamentares, etc, que talvez, alguns desses tenham freqüentado e participado das lutas estudantis articuladas no restaurante e residência do Corredor da Vitória, não se sensibilizem para ainda propor transformar aquele espaço em algo especial para guardar e difundir parte da nossa verde historia?

Esse espaço, nós transformamos em trincheira para abrigar as primeiras discussões das organizações clandestinas com foco na construção do partido dos trabalhadores, quando algumas outras contestavam o surgimento da liderança operaria de Lula, com desconfiança que era aquele nordestino retirante e metalúrgico um enviado infiltrado agente da CIA, para trair a luta do trabalhador, alguns de nós que entendíamos ao contrário, garantimos que era importante a criação de um partido dos trabalhadores com perspectiva de politização em massa, para romper e enfrentar a luta política que se anunciava com a saída da chamada democracia negociada, lenta, mentirosa e gradual, que a correlação de força impunha.

Todo esse aprendizado, nesse histórico e marcante espaço do Corredor da Vitória, anunciava alguns desapontos com traições, incoerências, que vivenciamos na politicagem atual, argumentada e justificada como necessidade da governabilidade e/ou governança.

Quem não viveu intensamente essa politização juvenil e adulta no movimento estudantil, pode estar vivendo decepções e depressões, mas, quem aprofundou essas questões, deve ter muito orgulho de ter participado desse momento histórico, contabilizando satisfações em ter visto muitos(as) colegas ainda engajados na luta pela transformação da sociedade injusta por uma sociedade socializadora de oportunidades iguais para a grande maioria descriminada e espoliada pela corrupção e ganância capitalista.

Tenho orgulho em ter acompanhado o crescimento intelectual e criativo do contemporâneo Joel Almeida, que chegando timidamente do município de Cruz das Almas, juntou-se à baixinha e grande Paraibana jornalista Berna para garantir a exibição de filmes no Cineclube RU, alimentado pelas discussões e debates com as analises e colaborações sobre a linguagem cinematográfica, mediada pelo compositor, poeta, escritor, roteirista e critico de cinema também paraibano Bráulio Tavares, eu mesma e outros colegas e amigos cinéfilos.

Tenho orgulho das convivências sadias com muitos amigos, amigas, namoradas, e também, ter travado muitos embates teóricos de alto nível, com diferentes colegas com divergentes idéias, mas, de maneira respeitosa e acalorada, nos remetia a estudar mais, e muito mais a nossa realidade.

Sem teoria revolucionaria, não há revolução, mas, a teoria revolucionária é formulada com praticas transformadoras e audaciosas.

Foram muitos acontecimentos maravilhosos, cômicos, extemporâneos muitos divertidos e algumas vezes tensos, a exemplo da brutal e humilhante expulsão a que nos fomos submetidos pela voraz ditadura, quando, durante a madrugada de uma quinta feira “santa”, um contingente militar fortemente armado invadiu a residência nº01, para por fim a um ciclo de convivência política idealista, que se esgotava nesse espaço, afinal de contas tínhamos mesmo outras tarefas.

Fincamos os movimentos: Alternativa, Manifesto Alerta, Solidariedade, Luz, e outras audácias, que desnorteava a companheirada mais sisuda.

O sonho não acabou quem não dormiu nessa pousada, nunca sonhou.

Continuo sonhando sem pesadelo, porque acredito em quem sempre manteve a coerência, o resto a historia julgará.

Joel tem muitos fatos para vários roteiros, essa historia é farta para muitos filmes.

Lutemos para transformar as antigas residências estudantis universitárias em Centro de Estudo e Ação Cultural, promotora de extensão universitária, interagindo socialmente com a comunidade.

Penso que ainda temos tempo para lutar por algo politicamente nobre.

Confirmo minha presença logo mais, na trincheira que cumpriu papel libertário para muitos jovens.

Grande Abraço.

Lu Cachoeira (ex-residente na década de 70)